Prédio do Século 18 abriga diversificado artesanato da economia criativa
Com 409 anos de fundação, celebrado no próximo domingo, 12 de janeiro, Belém, capital do Pará, tem prédios históricos que narram a história da cidade e seu processo de transformação urbanística. Entre eles, destaca-se o Espaço São José Liberto (ESJL), referência cultural, turística e patrimônio arquitetônico da cidade, na Praça Amazonas, no bairro do Jurunas.
O prédio principal foi construído em 1749, durante o período da Capitania do Grão-Pará, pelos frades capuchos de Nossa Senhora da Piedade, para abrigar o Convento de São José, cuja missão era a evangelização na Região Norte do Brasil. Com a expulsão dos jesuítas, o Estado passou a tomar conta do local em meados do século XVIII. Ao longo de mais de dois séculos de existência, o local abrigou um depósito de pólvora, uma olaria, um quartel, um hospital, uma cadeia pública e, por fim, um presídio desativado em 1998.
Na segunda metade do século XX, o edifício foi ampliado com a adição de um novo prédio, anexo à primeira construção, que fora erguida com pedra, areia de praia e grude de peixe. No ano de 2002, após uma profunda reformulação, o prédio histórico voltou a funcionar como um espaço voltado para a valorização da cultura local e do turismo, reunindo diversos setores da economia criativa.
Foto:PedroGuerreiro-Ag./Pará
O local abriga o Jardim da Liberdade, a cela Memorial Cinzeiro, lojas de comercialização de joias artesanais em prata e outros metais nobres com gemas e elementos da matéria-prima regional, criadas por designers, ourives e lapidários que fazem parte do Programa Polo Joalheiro do Pará.
A visitação é gratuita, no local o visitante pode conferir uma variedade de artesanatos regionais, como cerâmicas marajoaras, tapajônicas, biojoias produzidas com insumos da rica floresta amazônica, artigos de moda autoral e outros produtos comercializados na Casa do Artesão. O ESJL abriga também o anfiteatro Coliseu das Artes, o Espaço Moda e o Museu de Gemas do Pará. Mantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
Jardim Liberdade - O jardim gemológico, localizado na área central, é considerado o único museu ao ar livre do Brasil. O espaço, em formato de mandala, reúne cristais, ametistas, citrinos e o exuberante quartzo rosa, cercado por fonte de água e ornamentado com plantas.
Museu de Gemas - No saguão de entrada, observa-se uma drusa de quartzo hialino, pesando 2,5 toneladas, encontrada no Vale do Rio Araguaia, representando a riqueza mineral do território paraense. No acervo, há mais de 4 mil peças, distribuídas em cinco salas, com exposições de cerâmica arqueológica marajoara e tapajônica, muiraquitãs milenares, gemas, tronco fossilizado, entre outros.
Casa do Artesão – O ambiente é voltado para comercialização colaborativa do artesanato paraense, com exposição de peças com traços marajoaras, trabalhados de modo cuidadoso e bem detalhado. As peças são oriundas de diversas regiões do Estado e utilizadas como ferramenta de geração de renda para os artesãos.
Cela Cinzeiro - Abriga a memória do tempo do presídio, com acervo de objetos usados pelos presidiários, além de recortes de jornal que noticia a rebelião ocorrida em 1998. A cela era utilizada como espaço de isolamento de detentos.
Espaço Moda – O espaço tem como propósito a consolidação da cadeia de criação e produção dos microempresários na fabricação de vestuários, com peças temáticas inspiradas em ícones da cidade de Belém, tecidos biodegradáveis, reutilização criativa com a integração de matéria-prima amazônica.
Anfiteatro Coliseu das Artes - com capacidade para 600 pessoas, o local funciona para realizações de apresentações culturais, desfile de joias, grupos folclóricos, teatro, exposições de lazer e outros.
Serviço- O Espaço São José funciona de terça a sábado, das 10h às 18h, e aos domingos e feriados de 10h às 14h. O agendamento de eventos no ESJL pode ser realizado, por meio do e-mail esjl@sedeme.pa.gov.br.
Por Aldirene Gama (SEDEME)
10/01/2025 09h55