A licença prévia da ferrovia contemplaria 515 km, passando por 12 municípios do estado
Com a realização da obra da Ferrovia do Pará, alguns municípios do interior deverão receber terminais multimodais para o escoamento da produção de minério e grãos, respectivamente. A licença prévia do projeto “Ferrovia do Pará” tem avançado nas pesquisas.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Estado do Pará (Sedeme), a terceira fase do Evtea - Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental - vem evoluindo rapidamente. O estudo avalia a viabilidade do tronco principal do projeto, que deve ter 515 km de extensão, passando pelos municípios de Abaetetuba, Acará, Barcarena, Moju, Tailândia, Abel Figueiredo, Dom Eliseu, Ipixuna do Pará, Paragominas, Rondon do Pará, Tomé-Açu e Bom Jesus do Tocantins.
Com isso, o Governo do Estado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) solicitou a Licença Prévia dos 515 km que devem, inicialmente, cortar os 12 municípios contemplados. Nessa fase do licenciamento ambiental, serão realizadas audiências públicas - que ainda serão agendadas - para receber contribuições, alterações e reavaliações para o projeto que ainda não está completamente definido.
Para o secretário da Sedeme, José Fernando Gomes Júnior, a expectativa é que a ferrovia promova, principalmente, o escoamento de produtos e a verticalização da indústria paraense. “A importância da ferrovia vai do transporte, tanto do minério, quanto para cargas gerais e de passageiros. O nosso grande desafio, dentro de todo o rigor da legislação ambiental, que a Semas sempre faz de uma forma célere e competente, é começar as obras no primeiro semestre do ano que vem, com o prazo de duração de três anos. Vamos acompanhar esse licenciamento e, sem dúvida, teremos geração de emprego e renda”, afirmou o secretário.
Planejamento
Em Paragominas, a expectativa é de que seja construído um terminal multimodal na região do Capim, visto que houve um crescimento significativo na produção de grãos na cidade. Se confirmada, a obra vai tornar ainda mais competitiva a produção de sementes na região.
Já no município de Marabá vai ocorrer a conexão entre a nova Ferrovia e a Ferrovia Ferro Carajás. Cerca de 64 km da conexão em Bom Jesus do Tocantins devem chegar à cidade, que poderá receber carga dos cerca de 140 km de extensão da Ferro Carajás, podendo ir até o Sul do Pará. Com a conexão na Ferro Carajás, o tronco principal da Ferrovia estará conectado à malha ferroviária nacional, chegando a Açailândia cerca de 124 Km de Bom Jesus do Tocantins e podendo avançar e receber cargas do Sul do Brasil.
Eixo Sul da Ferrovia
A viabilidade do traçado de Marabá até Santana do Araguaia, no extremo sul do Pará, desde o primeiro projeto foi condicionado ao aumento da produção de grãos no sul do estado e ao crescimento da atividade mineradora, visto que as 16 minas que existem ao longo do trajeto serão exploradas futuramente.
Implantação dos terminais
A partir da finalização do projeto executivo do tronco principal da Ferrovia é que poderá ser feita a chamada pública para a obra. Os municípios de Marabá, Bom Jesus do Tocantins, Paragominas e Barcarena devem receber os terminais multimodais para recepção de cargas. Outros municípios que demonstrarem viabilidade técnica e econômica poderão ser incluídos no projeto.
Em julho deste ano, a equipe de Governo foi sabatinada pelos vereadores e população de Bom Jesus do Tocantins onde deverá ser implantado o 'Marco Zero' da futura Ferrovia do Pará. A tão sonhada ferrovia gera grande expectativa na região e todos os setores envolvidos são atuantes no planejamento colaborativo desta obra que é uma contrapartida das empresas mineradoras na região.