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A empreendedora Jéssica Hasegawa, proprietária de salões de beleza na capital paraense, encontrou, assim como diversos outros empreendedores, inúmeras dificuldades para manter o seu negócio durante os mais altos picos da pandemia do coronavírus, a partir de 2020. “Foi como se abrisse um buraco para a gente, de repente as pessoas que trabalhavam conosco ficaram sem renda e ficamos sem dinheiro para sustentar o negócio, ficamos nos perguntando se iríamos fechar ou se daríamos conta”, lembra.

A proprietária do salão Hasegawa Studio de Beleza, que agora comemora a quitação de dívidas e a abertura de uma nova unidade do salão em um shopping de Belém, foi uma das beneficiárias do programa Fundo Esperança, linha de financiamento oferecida pelo Governo do Pará aos empreendedores paraenses com o objetivo de garantir a manutenção dos negócios e atenuar os efeitos da pandemia na economia do Estado.

“Com a ajuda do governo, conseguimos quitar as dívidas, e com isso, apareceu a oportunidade de uma proposta de abrir mais um salão em outro shopping, e mesmo sem dinheiro, conseguimos montar outra unidade com a ajuda do Fundo Esperança, que conhecemos através dos anúncios que o Governo fez. E o meu salão não foi o único contemplado, as pessoas que trabalhavam com a gente e tinham seus bens e documentos em dia, também conseguiram contratar o financiamento. Tive manicures que conseguiram valores de 3, 5 e 7 mil reais em empréstimos”, informa Jéssica, que atualmente emprega mais de 80 colaboradores em três unidades do salão instaladas na capital paraense.

Com mais de 114 mil empreendedores beneficiados e R$290 milhões em financiamentos concedidos, o Fundo Esperança é um caso de sucesso entre as iniciativas que buscaram amparar segmentos da economia fortemente impactados pelos efeitos da Covid-19 no país. Atualmente, o programa está em fase de acompanhamento da aplicação dos recursos disponibilizados aos empreendedores, contando com visitas in loco aos beneficiários de equipes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), órgão estadual responsável pela gestão do programa.

Com facilidades especiais de financiamento, como, por exemplo, taxa de juros de 0,2% ao mês, prazo para pagamento de até 36 meses e carência de 180 dias para o pagamento da primeira parcela, o programa ofereceu modalidades diferentes de financiamento, de acordo com categorias de negócios: até R$ 2.000,00, para empresários informais e integrantes da economia criativa; até R$ 5.000, para microempreendedores individuais (MEI); até R$ 15.000,00 para microempresas e até R$ 50.000,00, para empresas de pequeno porte, cooperativas de trabalho, agricultura familiar e de transporte.

Atendendo todas as 12 Regiões de Integração do Estado, o programa conseguiu alcançar e oferecer suporte a segmentos econômicos de diversos municípios paraenses, como em Abaetetuba, na região do Tocantins, lugar onde a loja de vestuário “Vera Variedades” funciona há 8 anos como um negócio de família, administrado por mãe e filha.

“Usei o recurso na minha loja para comprar sandálias e com o dinheiro disponibilizado pelo Fundo Esperança, já consegui reaver esse dinheiro com esse investimento. O primeiro financiamento que conseguimos foi de mil reais e o segundo foi de 2 mil”, informou Vera Lucia dos Santos, proprietária do negócio, que se diz grata pelo apoio recebido por ela e pelo marido, que possui uma mercearia e também conseguiu o financiamento.

“Muitos não dão valor em nós por sermos pobres, mas o Fundo Esperança nos deu uma chance nesse sentido, de nos dar outra oportunidade de financiamento para que eu pudesse trabalhar e investir muito mais no que já possuo”, afirmou.

Visitas técnicas

Realizadas pela equipe do Núcleo de Planejamento da Sedeme, as visitas técnicas aos beneficiários do programas Fundo Esperança já esteve em 27 municípios do Estado, entre eles Altamira, Anapu, Augusto Corrêa, Bom Jesus do Tocantins, Bragança, Capanema, Capitão Poço, Colares, Floresta do Araguaia, Garrafão do Norte, Irituia, Medicilândia, Ourém, Pacajá, Primavera, entre outros. Até o momento, 198 empreendedores já receberam a visita da equipe, que coleta informações para o acompanhamento dos pagamentos junto à gestão estadual, conforme explica a coordenadora do núcleo, Raquel Albuquerque.

“Essas visitas técnicas são momentos em que nós podemos verificar a aplicação dos recursos, além de identificar o perfil do empreendedor e a atividade desempenhada em que a Sedeme tem um contato mais direto junto dos empreendedores. Todas essas informações que estamos coletando em campo irão servir para a construção de um diagnóstico do programa, sendo assim possível apresentar para a sociedade os resultados do Fundo Esperança e os empreendedores que foram atendidos. Essa experiência está sendo bem rica, pois, muitas vezes, você consegue ajudar aquele empreendedor de outras formas, seja divulgando o seu trabalho, informando a respeito de outras políticas públicas, ou incentivando os trabalhadores a se formalizarem, já que o Fundo contemplou os negócios informais também”, informou.
A ação, iniciada em março deste ano, quer alcançar até 2,1 mil beneficiários.

Apoio

Em Primavera, na região do Rio Caeté, o Fundo Esperança também está presente. Joelma Nunes, apicultora e presidente da Cooperativa de Trabalho de Agricultores Familiares de Primavera (Cooprima), organização que congrega produtores de mel, hortaliças, polpas de frutas e criadores de suínos e aves, informa que conseguiu verticalizar a sua produção graças ao apoio recebido.

“Colhemos bons frutos por conta desse recurso, pois conseguimos montar o nosso apiário e meliponário, e estamos prevendo colher uma tonelada de mel ainda esse ano, e tudo resultado dessa oportunidade que mudou a nossa vida, afinal toda a renda para a minha família vem da apicultura. Antes disso, o meu lucro era bem menor, e agora eu consigo até verticalizar o meu produto, pois além do mel, também trabalho com os subprodutos como o extrato de própolis, os compostos como xaropes, geleia real, e o pólen”, explicou.

Além do Fundo Esperança, o Governo do Pará instituiu outros projetos de apoio financeiro durante a pandemia, como o Incentiva + Pará, forneceu auxílio no valor de R$2 mil para estabelecimentos paraenses ativos, e Renda Pará, que disponibilizou auxílios de até R$500 para feirantes, ambulantes, motoristas, entre outros trabalhadores.

Texto: Lucas Sousa e Igor Nascimento/Ascom Sedeme

Por Igor Nascimento (SEDEME)

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